segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A Flor do Paraíso por Adriana Janaína Poeta/ Clube de Leitura dos Poetas



A flor do Paraíso

Por Adriana Janaína Poeta



O que dizer do olhar da menina Anne Frank?

Cheio de sonhos, esperanças,

carregado de amor.

Já tão jovem sofrer  tanto,

alma suave e doce

castigada pela perda e dor...

Para Anne nossos suspiros,

viajando com o vento,

rasgando portais e o tempo.

E quantas Annes sofrem sozinhas,

caladas e assustadas, ainda hoje?

Suas esperanças trocadas

por  ameaças hostis...?

De Anne carregamos no peito

aquele olhar doce,

o seu sorriso triste,

a certeza de que se o mal existe,

neste mundo confuso, tantas vezes cruel,

a flor do Paraíso renasce

nas Annes e crianças.

Vem lembrar que o bem também existe.

Vem dizer que a voz de Anne e de outras,

tão importantes e vulneráveis,

não deve jamais se calar.

Para Anne nosso olhar mais elevado,

nosso afeto mais inspirado,

nosso abraço sempre aberto

e disponível.

Quanta dor há no mundo!

Quanto egoísmo! Covardia!

Nas asas do anjo

as Annes queridas, vão se refugiar.

Nas asas de um anjo,

Anne voou para o Céu

e alcançou a eternidade,

sempre menina, sempre amada.

Memória perfumada e dolorida,

para nos lembrar

que não podemos repetir o que fizeram,

não podemos simplesmente fechar os olhos,

enquanto um só inocente sofre abandonado

à própria sorte.

No sorriso de Anne,

onde adormecem os sonhos,

no olhar de Anne,

onde repousa o céu inteiro,

eu costumo divagar.

Vejo Anne correndo, feliz e brincando.

Vejo Anne escrevendo,

Anne cantando.

Para sempre segura e protegida.

Para sempre livre e amada.

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