sábado, 30 de julho de 2016


Aceitarás o amor como eu o encaro?
Azul bem leve, um nimbo, suavemente.
Guarda-te a imagem, como um anteparo
contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro,
vive em teu corpo nu de adolescente,
a perna assim jogada e o braço, o claro,
olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
também mais nada, só te olhar, enquanto
olhar realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza...A evasão total do pejo
que nasce das imperfeições. O encanto
que nasce das adorações serenas.
(Aceitarás o amor como eu o encaro - Mario de Andrade)
Clube de Leitura dos Poetas / Reading of Poets Society
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