quinta-feira, 28 de julho de 2016

O mal que explode
e atira em Paris,
fere e incomoda tanto
quanto em Mariana.
A dor que assola, oui,
também faz chorar aqui.
O terror da violência
assombra a liberdade, sem decência...
O rio de lama e detritos químicos
que destrói a vida no rio Doce,
exige socorro e solidariedade,
não faz pasmar menos pela noite de terror em Paris.
O ser humano não poder esquecer
de se indignar com a dor do amigo,
a seta no coração do semelhante,
seja atingido por injustiças, fome, balas ou lama.
É que perfeitos, não somos.
Nunca podemos abraçar o mundo com as mãos.
Somos um na multidão,
mas juntos somos constelação.
A dor em Paris assusta pela crueldade
que afia espada contra a humanidade,
ferindo a todos, sem distinção.
Ninguém escapa da impotência da opressão.
A dor em Mariana também é triste e cruel,
essa fragilidade diante da tragédia anunciada:
descaso, despreparo e poluição.
A dor de uma não exclui a outra.
Ambas ferem e exigem cuidado, ajuda.
Apenas que nenhuma tragédia encontre
a nossa alma muda.
(Alma muda por Adriana Janaína Poeta)


Clube de Leitura dos Poetas / Reading of Poets Society)
Imagem: Pintura by Salvador Dali)

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