Não se preocupem tanto
em classificar, rotular,
com a opinião e gosto alheio.
Existem os que escrevem por prazer,
para se curar,
para passar o tempo,
para impressionar,
para ganhar o pão,
para se enturmar,
e tudo isso pode ser válido e benéfico,
senão para os demais,
para si mesmo.
A poesia,
como as demais artes,
exerce uma função positiva
em todos que dela se aproximam
ou fazem casa.
Nem tudo é poesia,
mas todos podem ser
tocados por ela.
Além de todos os que da Musa
se encantam,
existem os que escrevem
como respiram,
os que são parte
do que escrevem,
águas do mesmo rio,
braços do mesmo mar,
índios da mesma tribo.
Estes são macerados pela vida,
o óleo e o néctar das flores
são parte do seu ser.
Estão no mundo
com os pés no céu,
algo divino os envolve
e leva,
caminhando ao seu lado
e inspirando.
São estas almas divididas
entre o céu e a terra,
entre o inferno e o celestial,
que trazem no peito,
em cada passo,
no olhar profundo,
no sorriso triste,
a caixa mágica
por onde escapam
todos os segredos
bem guardados.
Tem as mãos sempre cheias
mesmo quando estão vazias.
(O néctar das flores by Adriana Janaína Poeta, 2004)
Clube de Leitura dos Poetas / Reading of Poets Society
Nenhum comentário:
Postar um comentário